Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 5º Volume | Page 54

PATHOS / V. 05, n.03, 2017 53

Foto Ricardo Stuckert/Instituto Lula

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Já no Brasil, pode-se localizar oficialmente a inserção dos palhaços no hospital a partir do ano de 1991. Em 1988, o ator Wellington Nogueira, morando na época nos Estados Unidos, teve a experiência de integrar o grupo Clown Care Unit, que já realizava visitas a Hospitais. Voltando ao Brasil em 1991, começou a atuar desta forma no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo, e criou no mesmo ano um projeto intitulado Doutores da Alegria; a partir de então, projetos similares começaram a surgir em vários estados brasileiros. Dez anos depois já existiam no Brasil mais de 180 grupos de palhaços atuando em hospitais, e também o interesse da criação desses grupos em várias instituições de ensino na área da saúde, com o intuito de oferecer aos futuros profissionais da área conceitos de humanização em Hospitais. A inserção do palhaço representa a quebra da ordem, retira por alguns instantes o peso de um ambiente que lida com temas tão sérios e trabalham com a parte saudável do paciente, as visitas dos palhaços são uma estratégia complementar de humanização, sendo eficaz independentemente da faixa etária do paciente (Giuliano, Silva & Orozimbo, 2009).

O brincar é um tipo de manifestação do lúdico. Segundo Oliveira, Ramos, Lucena, Santos, Bezerra, Loureiro,… Viana (2012), o lúdico é uma atividade constituída por elementos que transitam entre realidade e fantasia. Os autores consideram outros tipos de lúdico no processo de cuidar, não se restringindo apenas a jogos e brincadeiras, também se considera a comunicação verbal e não verbal, a atenção dedicada ao paciente, a escuta, olhar e gestos.

No geral o lúdico melhora a expectativa do paciente, e os palhaços utilizam dessa técnica para romper com a rotina do hospital. Costa, Figueiredo & Schaurich (2009) apontam que a política de humanização aos hospitais traz maior bem estar e acelera o processo de recuperação, diminuindo assim o tempo de internação e reduzindo custos.