Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 4º Volume | Page 22

A Família Contemporânea e as Questões de Gênero

Há muito tempo, estudos mostram que desde tenra idade, meninos e meninas sofrem influência de agentes socializadores, transmitindo suas expectativas, reforços, disposições, atitudes e comportamentos típicos para cada sexo. (Kohlberg, 1966 e Bandura, 1971 citados por Negreiros e Féres-Carneiro 2004) afirmam que outro fator sugerido é que meninos e meninas tendem a imitar mais os seus iguais do que os do outro sexo, desenvolvendo assim a noção do que é tipicamente masculino e tipicamente feminino, o que é esperado, permitido, consentido e excluído para tal.

Dessa forma, a família tem grande caráter socializador, sendo ela o primeiro lugar onde a criança aprende a linguagem daquele ambiente, desenvolve a fala, constrói sua auto-imagem e a imagem do mundo exterior.

Winnicott postula sobre o papel da família na formação da criança:

A família é o primeiro agrupamento, e de todos os agrupamentos é o que está mais próximo de ser um agrupamento dentro da unidade da personalidade. O primeiro agrupamento é simplesmente uma duplicação da estrutura unitária. Quando dizemos que a família é o primeiro agrupamento, estamos falando muito naturalmente em termos do crescimento do indivíduo (...) (Winnicott, 1989, p.126)

Esse processo de formação continuará por toda a vida, em dado momento em casa, com a família, e posteriormente na escola, com amigos, na creche, na casa de outros familiares e assim por diante.

No que diz respeito à constituição do sujeito, pode-se dizer que, para Winnicott, a mãe exerce um papel essencial no desenvolvimento da criança.

PATHOS / V. 04, n.02, 2016 21

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