PATHOS / V. 04, n.02, 2016 20
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Posteriormente, Facchini (2003) cita uma passeata que ocorreu na cidade de São Paulo sendo crucial para ideias fomentadas pelo dia do Orgulho Gay e sua respectiva Parada do Orgulho LGBT. Movimentos como estes fizeram com que houvesse desdobramentos na lei para atender a essa parte da população, como a Resolução n. 175, de 14 de maio de 2013, que garante a celebração do casamento civil e união estável homoafetiva. Contudo, vale ressaltar que o caráter revolucionário do movimento homossexual é acompanhado de oposições religiosas e do viés da moral, que são vivenciadas como um impedimento para o progresso na conquista de direitos.
Papéis Sociais de Gênero ao Longo da História
Papel social é uma função que abrange um conjunto de direitos, deveres, normas e comportamentos do sujeito, a fim de enquadra-lo dentro de um grupo ou instituição social, (Berger, 1978; Goffman, 1975). Sendo a família, o primeiro enquadramento social de um individuo, é importante entender quais as funções sociais aprendidas pela criança, incluindo o papel social de gênero.
Primeiro veio a reprodução das desigualdades sociais e políticas entre homens e mulheres, justificada pela norma natural do sexo. Em seguida o que era efeito tornou-se causa. A diferença dos sexos passou a fundamentar a diferença de gênero masculino e feminino, que de fato, historicamente a antecedera. O sexo autonomizou-se e ganhou o estatuto de fato originário. Revolucionários, burgueses, filósofos, moralistas, socialistas, sufragistas e feministas estavam de acordo em especificar as qualidades morais, intelectuais e sociais dos humanos, partindo-se da diferença sexual entre homens e mulheres. (Costa, 1995, p.128)
A partir de então, contextualizar a mulher como um indivíduo igual ao homem perante a lei, afinal, sua anatomia não a tornava intelectualmente inferior ao homem, todos eram dotados das mesmas faculdades mentais, tornou-se um problema. Como justificar o domínio do macho sobre a fêmea, em vários âmbitos da sociedade? Sendo assim, a mulher é transformada em signo e guardiã da fragilidade privada (Costa, 1995).
Dessa forma, julgamentos e condutas morais que são mantidas até hoje teve seu nascimento à partir dessa necessidade de justificar uma desigualdade supostamente natural entre homem e mulher. A mulher e sua prole deveriam ser protegidas do mundo, sendo mantidas no privado, e o homem seria o seu guardião.