Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 4º Volume | Page 20

PATHOS / V. 04, n.02, 2016 19

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Na dimensão nacional, referências contra os homossexuais começaram a circundá-lo desde seu primeiro momento em colonização, quando Mott (2001) relata sobre o impacto desde a chegada dos colonizadores ao se depararem com habitantes que eram adeptos às práticas homossexuais e, assim, contrapunham sua moral além de trazer a ameaça pelo “contágio”. Neste momento, ao se tratar de um país cujo crescimento populacional e planejamento social está se iniciando, o movimento pró natalista é executado.

Mas o movimento homossexual em si começou a ganhar força no Brasil somente na segunda metade dos anos 70, historicamente após a Revolução de Stonewall em 28 de junho de 1969, que tem caráter internacional e resultou na data da qual até hoje é associada ao Dia do Orgulho Gay. Neste período, Facchini (2003) cita sobre associações e entidades que buscaram defender e garantir direitos dos homossexuais. Um dos maiores legados foi a fundação do Grupo SOMOS, com objetivos voltados a viabilidade de politização sobre questões da homossexualidade, sendo contribuinte para construção da identidade homossexual no Brasil.

Facchini (2003) acrescenta que no término da década foi organizado o 1º Encontro de Homossexuais Militantes, juntamente da campanha com propósitos de tirar a homossexualidade da lista de doenças, sendo este último concretizado em 1993, quando foi retirada da lista da Classificação Internacional de Doenças (CID).

Com surgimento da AIDS na primeira metade da década de 80, também conhecida como “Peste Gay”, a autora aponta que houve necessidade em desvincular a homossexualidade a este caráter. Mas somente em meados dos anos 90 foi possível notar que o movimento passava a se reestabelecer, no qual Facchini (2003) cita o retorno de encontros entre grupos e demais militantes, buscando propostas que abrangiam a “despatologização”, legalização do “casamento gay”, “discussões de gênero”, inclusão da educação sexual nos currículos escolares, luta contra a AIDS e a discriminação religiosa.

Foto: Rodrigo / acervo pessoal

Rodrigo (direita) é conselheiro municipal do movimento Lgbt de São Paulo. Na foto aparece junto a sua família: o companheiro Marcelo e o filho Gustavo.