Pathos: revista brasileira de práticas públicas e psicopatologia 3º Volume | Page 50

PATHOS / V. 03, n.02, 2016 49

Poder político, virilidade, e beleza caminhavam de mãos dadas na Grécia antiga. Todas essas características estavam pautadas na ética, na relação de poder consigo mesmo, ao mesmo tempo em que eram essas três características, quando bem desenvolvidas, que definiam um cidadão como ético, que poderia ser seguido pelo que é, e ser considerado verdadeiramente livre.

Autoridade moral na política

O Professor Pablo Ortellado, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, compreende que o Brasil vive hoje uma “guerra cultural” por meio de uma moralização do debate político, tal qual os Estados Unidos viveram no final da década de 1980 (Ortellado, 2014). Em suas palavras:

Costuma-se atribuir a James Hunter a precisa identificação do fenômeno e a difusão do termo “guerras culturais” para se referir ao processo pelo qual temas como o direito dos homossexuais, a legalização do aborto, o controle de armas e a legalização das drogas passaram a ganhar proeminência no debate político americano no final dos anos 1980, opondo “conservadores” a “progressistas”. Para ele, essa nova polarização dividia o espectro político de outra maneira, opondo ortodoxos ou conservadores, de um lado, e progressistas, de outro. Os conservadores se definiriam por um “compromisso com uma autoridade moral externa definida e transcendente”, e os progressistas, por uma autoridade moral “caracterizada pelo espírito da era moderna, um espírito de racionalismo e subjetivismo”.

Foto Ricardo Stuckert/Instituto Lula

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