PATHOS / V. 02, n.01, 2015 15
Winnicott (2005) entende que o divisor de águas entre a delinquência e tendência anti-social é justamente essa Esperança, ou seja, se o indivíduo busca na sociedade o que lhe foi tirado com a esperança de recuperação, existe saúde, pois ele deseja retomar o desenvolvimento emocional, mas quando o individuo busca na sociedade não mais o que lhe foi tirado, mas sim, como ganho secundário, como identidade, o problema se intensifica, pois a manifestação e o sintoma entram para dar conta de outra coisa, e não mais do inicial, movido pela esperança em encontrar o que havia perdido.
Desta forma a chance de tal gesto virar identidade é muito maior. Essa seria talvez a única forma de sobrevivência do sujeito, e desse jeito, a delinquência de alguma forma, oferta um ser no mundo. Aqui, nesse estágio, o risco de se cristalizar em uma delinquência é muito mais provável. Não há mais a busca por um encontro humano, apenas uma forma de sobreviver sem ele.
Uma de suas afirmações que mais me chamam a atenção e nos propõe um pensar acerca da responsabilidade do meio perante a conduta dos jovens infratores é a seguinte:
Por mais difícil que consideremos a aplicação dessas ideias, precisamos abandonar totalmente a teoria de que as crianças e adolescentes possam ser inatamente amorais. Isso nada significa em termos do estudo do indivíduo que se desenvolve em conformidade com os processos de maturação herdados e permanentemente interligados com a ação do ambiente. (WINNICOTT, 2005, pág. 125).
OBJETIVOS
O presente artigo teve como objetivo promover um debate e uma reflexão acerca do projeto de lei que propõe a redução da maioridade penal no Brasil.
MÉTODO