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Há ainda outras pessoas que não despertam
o meu lado mais afectivo ou emocional, mas cujos percursos de vida,
as situações do quotidiano ou a forma como vivem o dia-a-dia me levam a admirá-las e,
numa (vã) tentativa de me colocar no lugar delas, crio relações empáticas.
Sublinho o termo (vã) entre parêntesis pois,
por mais que tentemos colocarmo-nos na situação de outra pessoa,
a nossa educação, as nossas vivências e as nossas ambições
vão toldar-nos a visão.
Solidarizo-me com a dor, a tristeza e a injustiças dos outros…e, ao fazê-lo,
crio empatia com todos aqueles
que vivem de perto (de dentro) estas realidades.
Que nunca me falte o respeito – por mim e pelos outros;
que saiba perceber as diferenças
de cada um de nós – são as que nos unem e nos definem;
que sinta borboletas no estômago quando uma alma boa se cruze comigo;
que nunca perca a esperança e que os meus sonhos
(por mais bizarros que possam parecer)
sejam tocha no meu percurso.
Há uma felicidade inexplicável quando percebemos
que não estamos sós nas nossas “loucuras” e que,
por mais imperceptível que pareça,
a quem compreenda as nossas opções com um simples olhar,
quem nos entenda sem serem necessárias grandes explicações e quem nos apoia sem nos exigir planos de recurso ou contrapartidas.
Um brinde, aos empáticos, que não se fecham em mundos cinzentos e nos fazem acreditar num mundo melhor!
Eu acredito!
Rosa Margarida