O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 97

Maluf; e o PR, de Valdemar Costa Neto, com 39 e 31 cadeiras cada, respectivamente. Além de outros menores, como o Partido Republicano Brasileiro, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Também em posições subalternas, fazem parte da base aliada o PDT e o PCdoB, cada um com menos de duas dezenas de representantes no Congresso. O PMDB de ontem e o de hoje Vale lembrar que o PMDB governista de hoje é diferente daquele dos tempos heroicos da resistência e da transição democrática. Quando a Assembleia Nacional Constituinte foi instalada, em 1987, o PMDB era hegemonizado por suas lideranças e correntes progressistas. O seu presidente, o deputado Ulyssses Guimarães, construiu, como vimos, um bloco de centro-esquerda que capitaneou os trabalhos constituintes. Deste bloco faziam parte o PMDB progressista, expresso por figuras próximas de Ulysses, como Pedro Simon, Nelson Jobim, Jarbas Vasconcelos, Fernando Lyra, bem como aqueles como Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, entre outros, que, mais tarde, fundaram o PSDB. Recordemo-nos, em especial, que os capítulos da ordem econômica e da legislação social da nova Carta foram alvo de protestos das forças conservadoras brasileiras, representadas na Constituinte pelo bloco conservador agrupado pelo nome de “Centrão” e liderado pelo deputado Roberto Cardoso Alves (PTB-SP). Tal bloco tinha o apoio do então presidente da República, José Sarney, e da ala do PMDB ligada ao seu governo. São esses setores que hoje dominam o PMDB, marginalizando os remanescentes do grupo original ulyssista, como os senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos. A agremiação é um partido de Estado, que, para se reproduzir, precisa das estruturas do poder público, seja no âmbito federal, estadual ou municipal, com políticas clientelistas e patrimonialistas. A política de alianças do PT e seu hegemonismo 95