O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 96
citário, saiu dos cofres da Câmara dos Deputados, então presidida
pelo deputado João Paulo Cunha, do PT.
Ainda de acordo com o relatório, os recursos foram assim
distribuídos: R$ 9,9 milhões para o PL; R$ 5,6 milhões para o
PTB; R$ 2,9 milhões pa ra o PP; R$ 11,2 para o publicitário Duda
Mendonça, responsável pelo marketing da campanha de Lula, e R$
7,2 milhões para o PT. Por fim, apenas R$ 200 mil foram destinados a parlamentares do PMDB.
No processo, advogados da cúpula petista argumentaram
que se tratava de um esquema de caixa 2 para saldar dívidas de
campanha. Mas, os números corroboraram a versão publicada
pela imprensa em torno da montagem do governo Lula, segundo a
qual, para evitar a entrega de muitos ministérios ao maior partido
do Congresso, o PMDB, o núcleo político do governo teria optado
por construir uma maioria parlamentar subornando deputados
daqueles partidos considerados fisiológicos.
Ou seja, o presidencialismo de coalizão não estava assentado
numa coalizão programática entre os partidos governistas, mas na
cooptação de partidos sem maiores afinidades políticas.
O bloco PT-PMDB e os demais partidos
A partir da crise das denúncias do mensalão, em 2005, o
governo Lula passou a depender mais dos aliados conservadores, na
medida em que perdeu apoio dos setores progressistas. Para garantir apoio e evitar um pedido de impeachment no Congresso, Lula
negociou em bloco com o PMDB. De inicialmente dois, o partido
passou a controlar cinco importantes ministérios: Comunicações,
Integração Nacional, Minas e Energia, Saúde e Agricultura.
Desde então, o atual bloco de poder gira em torno da aliança
dos dois maiores partidos políticos brasileiros: o PT, com 87 deputados e 13 senadores, e o PMDB, com 75 deputados e 20 senadores.
Em posições subalternas, outros partidos compõem o bloco.
O PSD, de Gilberto Kassab, com 43 deputados; além do PP, de Paulo
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O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política