O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 95
Os dirigentes pepessistas reclamaram não só da falta de diálogo como também de constantes investidas do governo para
que o partido filiasse deputados de legendas oposicionistas,
eleitos em 2002, vários dos quais, revelou-se mais tarde, estavam entre os envolvidos no mensalão, o escândalo de propinas que veio a público em 2005.
No ano de 2004, da mesma forma, o deputado federal do PV,
Fernando Gabeira, não foi recebido pelo então ministro-chefe
da Casa Civil, José Dirceu, e o senador Cristovam Buarque seria demitido do Ministério da Educação, por telefone, após o
que deixa o PT e se filia ao PDT, no qual se mantém em posição
de independência. Já a ala mais à esquerda do PT, liderada
pela senadora Heloísa Helena, deixou o partido e fundou o
Partido Socialismo e Liberdade (Psol), em 2005. (15)
O mensalão
Segundo o relator da Ação Penal 470, o ministro do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, o chamado mensalão foi um
esquema de compra de apoio parlamentar para aprovar medidas
de interesse do governo no Congresso Nacional.
De acordo com os ministros do STF, baseados em denúncia
apresentada pela Procuradoria Geral da República, R$ 135,9
milhões foram desviados para abastecer o esquema, conforme o
Ministério Público conseguiu rastrear.
Destes, R$ 32 milhões e R$ 31,6 milhões saíram do Banco
Rural e do BMG, respectivamente, disfarçados na forma de empréstimo ao PT. Aqueles bancos estavam entre os primeiros beneficiários do programa de crédito consignado aos aposentados, do início
do governo Lula.
O Fundo Visanet, controlado pelo Banco do Brasil, conforme
o relator, foi a principal fonte de recursos, ao desviar R$ 73,8
milhões disfarçados na forma de contrato publicitário. Do próprio
banco, como comissão de publicidade, saíram ainda R$ R$ 2,9
milhões. Outro R$ 1 milhão, também na forma de contrato publi-
A política de alianças do PT e seu hegemonismo
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