O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 76

Dos setores empresariais, ao se comprometer com uma política de desenvolvimento nacional que combine de forma equilibrada e negociada os setores públicos e privados da economia, ao mesmo tempo ofereça uma garantia de que nenhum setor econômico e social será atropelado, como por exemplo, o ambientalismo ou o agronegócio. A busca de consensos democráticos amplos deve ser uma tônica do seu programa. Aliás, a questão democrática deve estar claramente colocada. Uma postura de diálogo permanente com a sociedade, sem hegemonismo do partido governante, sem instrumentalização das instituições e entidades, sem atrelamento dos movimentos sociais e da sociedade civil. O programa deve ter esses objetivos fundamentais, além de, no processo eleitoral, contribuir para a) no primeiro turno, afirmar a identidade da esquerda democrática, composta por diferentes partidos e personalidades; b) no segundo turno, contribuir na construção de um novo bloco de centro-esquerda para governar o país. Um programa frentista e não partidário O programa da esquerda democrática não deve expressar tão somente as diretrizes de um único partido, mas uma plataforma que expresse o consenso não só dos partidos e personalidades da esquerda democrática, como também aposte num plano de governo capaz de trazer amplo apoio político e social no primeiro e no segundo turnos. Para se constituir em uma alternativa real de poder, deve ser inclusivo, não excluir os setores centristas, mas antes incluí-los numa ampla e multifacetada articulação. Seu programa, assim, deve expressar a possibilidade de consenso para a construção de um amplo bloco da centro-esquerda, no segundo turno. Também o projeto de desenvolvimento econômico sustentável deve estar claramente vinculado a uma nova economia, que busque de todas as formas conciliar consequentemente a necessidade de crescimento com a de preservação da natureza. 74 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política