O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 75
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A HORA DO PROGRAMA
DA ESQUERDA DEMOCRÁTICA
O
posicionamento do PSB/Rede-PPS pode ser bastante efetivo. Em artigo publicado na imprensa (7), ao comentar os 25
anos da Carta de 1988, Eduardo Campos valorizou aquilo
que considerou a herança democrática do governo Sarney, a herança
da estabilidade econômica de FHC e a herança da inclusão social de
Lula. Tal discurso traz tanto o apoio do eleitorado da oposição como
do eleitorado governista, especialmente daqueles que são sensíveis
ao discurso terrorista do PT de que a vitória da oposição seria uma
ameaça às conquistas sociais alcançadas nas últimas décadas.
Essa desconfiança deve ser vencida com um claro programa democrático e reformista de centro-esquerda, com o que
poderá conquistar o apoio da maioria dos setores sociais. Dos
assalariados e das classes médias, com um firme compromisso de
reduzir o pagamento de impostos via uma reforma tributária
inovadora (evitando-se que quem menos ganha mais impostos
paga, e regulamentando-se o Imposto sobre Grandes Fortunas, já
inscrito na Constituição), além de melhorar a qualidade técnica e
profissional de quantos trabalham com carteira assinada, assim
como preservar os programas assistenciais (a ser mantidos pelo
Estado e não pelo governo de plantão) e sobretudo incrementar
políticas sociais que elevem os ganhos de renda da população e
melhorem efetivamente a qualidade dos serviços públicos.
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