O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 62

A estreiteza política da aliança em torno de Lula foi criticada por seus aliados do PSB: “se a campanha de 1989 tivera um caráter forte de frente, inclusive com o candidato a vice, (o senador Paulo) Bisol, do PSB, a de 1994 ficou concentrada no PT” (30), que indicou para vice outro petista, o então deputado Aloísio Mercadante. Enéas Carneiro, do Prona, ficou com 7,38%; Orestes Quércia, do PMDB, com 4,38%; Leonel Brizola, do PDT-RJ, com 3,18%; Esperidião Amin, do PPR (atual PP), com 2,75%. A polarização PT x PSDB A partir de então, estabeleceu-se uma polarização na política brasileira em que um partido reformista se alia a outros conservadores. De 1995 a 2002, na Presidência de Fernando Henrique Cardoso, o Brasil foi governado pelo PSDB em aliança com PFL (DEM), PTB e setores do PMDB. A partir de 2003, o país passou a ser governado pelo PT, juntamente com outros aliados, dividindo com o PMDB a condição de principais sustentáculos da aliança governista, somados a outros partidos conservadores como PTB, PP, PR, PRB, PSD. De algum modo, os dois blocos de poder, ao seu tempo, deram contribuições positivas à vida nacional, porém igualmente deixaram de realizar reformas importantes e necessárias ao país. Resta-nos indagar se havia alternativas melhores às alianças então estabelecidas e se tal polaridade é ainda capaz de responder aos novos desafios postos ao Brasil de hoje. Talvez devêssemos também nos perguntar se PSB e PPS, depois de uma longa trajetória de lutas, juntamente com outros partidos como a Rede Sustentabilidade, poderiam construir um novo quadro de alianças que aproveitasse todo o potencial reformista da nação. Temas que trataremos nos capítulos a seguir. 60 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política