O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 51
da, sob a liderança do presidente da Constituinte, o deputado
Ulysses Guimarães, do PMDB.
No pleito de 1986, o PCB conseguiu eleger somente três parlamentares: Roberto Freire (PE), Fernando Santana (BA) e Augusto
Carvalho (DF). O partido fora uma das maiores vítimas da ditadura.
Sua organização fora dura e seguidamente perseguida pela polícia
política. Muitos dos seus líderes e militantes foram assassinados.
Onze membros do Comitê Central figuram na lista dos “desaparecidos políticos”. Foi ainda abalado por grandes divisões internas e
tentativas de grupos de extrema-esquerda de isolá-lo politicamente,
em especial nos movimentos sociais.
Também o PSB, em processo de reorganização, teve resultado
eleitoral frustrante, elegendo apenas a deputada Beth Azize (AM).
Mas os deputados Abigail Feitosa (BA), José Carlos Sabóia (MA),
Raquel Capiberibe (AP), Ademir Andrade (PA) e José Luis Guedes
(MG) entraram para o PSB e formaram uma pequena bancada que,
assim como a do PCB, teve uma atuação de qualidade.
A Constituição Cidadã e as conquistas
nela obtidas
Apesar da correlação de forças internas equilibrada, o bloco
de centro-esquerda, do qual o PCB foi um de seus articuladores,
conseguiu apoiar-se nos movimentos sociais para aprovar a mais
democrática Carta de nossa história republicana. Tal participação
da cidadania fez com que Ulysses Guimarães a chamasse de Constituição Cidadã.
Foram inscritas as mais amplas liberdades democráticas, com
eleições livres e diretas em todos os níveis, bem como o mais amplo
pluripartidarismo. O direito ao voto foi estendido aos analfabetos e aos
jovens de 16 anos. O Congresso Nacional voltou a funcionar com todas
as prerrogativas. Foram reconhecidos o direito de greve, as eleições de
delegados sindicais nas empresas com mais de 200 trabalhadores, bem
como determinado o fim do instituto da intervenção nos sindicatos.
O golpe de 1964, a Frente Democrática e a autocrítica do golpismo
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