O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 50

sem, no entanto, deixar de reconhecer a legitimidade do presidente e a sua contribuição para que a transição democrática se concluísse na institucionalização do Estado de Direito democrático. Também em 1985, os socialistas conseguiram se reorganizar. Remanescentes da antiga Esquerda Democrática lançaram manifesto de reorganização do PSB, com os mesmos propósitos democráticos e socialistas do per íodo de 1947 a 1965. Sua direção passou a ser presidida pelo respeitável filólogo Antônio Houaiss e formada por personalidades não menos respeitáveis, como Marcello Cerqueira, Roberto Amaral, Evandro Lins e Silva, Jamil Haddad, Joel Silveira, Rubem Braga e Evaristo de Moraes Filho. A Assembleia Nacional Constituinte, o PCB e o PSB Para o PCB, a tarefa mais importante, naquele momento, era a de que a transição desembocasse em um regime democrático constitucional. Para tanto, era preciso garantir os trabalhos da Constituinte, cujo objetivo era redigir uma nova Carta Magna para o país. E mais: que os deputados constituintes eleitos fossem majoritariamente comprometidos com uma Constituição democrática e socialmente avançada. Para tanto, o PCB defendeu, no pleito de 1986, a unidade de todas as forças democráticas e, no seu interior, o fortalecimento das correntes progressistas. Mas setores de esquerda propunham uma frente exclusiva, dela excluindo outros partidos democráticos. Tais setores esquerdistas participaram das eleições isoladamente da chamada Frente Democrática e, às vezes, em oposição a ela. Em que pesem os esforços unitários do PCB e de diferentes setores progressistas, nas eleições de 1986, houve um equilíbrio de forças quando da instalação da Constituinte. Os conservadores formaram o bloco “Centrão”, com apoio do presidente José Sarney, enquanto os progressistas articularam um bloco de centro-esquer48 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política