O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 48
os partidos de oposição, PMDB, PDT e PT, e, assim, possibilitar
vitórias ao partido do regime, a antiga Arena, agora rebatizado de
Partido Democrático Social, o PDS.
As eleições de 1982, as Diretas-Já
e a campanha de Tancredo Neves
A despeito de todas as manobras continuístas do regime, as
oposições venceram nos principais estados da federação: Franco
Montoro, em São Paulo; Leonel Brizola, no Rio de Janeiro; Tancredo Neves, em Minas Gerais; além de José Richa, no Paraná; e Iris
Resende, em Goiás. No Rio Grande do Sul, numa eleição de turno
único, a oposição se dividiu entre os candidatos do PDT e PMDB,
favorecendo a vitória do candidato Jair Soares, do PDS.
A eleição dos governadores de oposição, somada às vitórias
eleitorais de 1974 e 1978, criaram as bases políticas para o desenvolvimento das gigantescas manifestações pelas eleições diretas
para a Presidência da República, em 1983 e 1984. Mobilizações
que aceleraram o fim do regime ditatorial.
Uma vez derrotada, no Congresso Nacional, a emenda constitucional restabelecendo as eleições diretas, os partidos de oposição se uniram em torno de um dos líderes do antigo MDB, agora
PMDB, o liberal-democrata Tancredo Neves, para enfrentar o
candidato da ditadura Paulo Maluf. A exceção foi o PT, que não
participou da eleição indireta e expulsou os seus parlamentares
Airton Soares, Bete Mendes e João Eudes, que votaram em Tancredo Neves, no Colégio Eleitoral, com o objetivo de assegurar a vitória das oposições e pôr fim a 21 anos de ditadura.
Para o PCB, não havia dificuldades em apoiar a candidatura
de Tancredo Neves, senador do MDB e posteriormente governador
de Minas Gerais pelo PMDB, uma vez que, desde 1958, o partido
estava aberto a alianças com os setores liberais democráticos, mais
ainda que, com a implantação da ditadura em 1964, entendia a
necessidade de somar forças para derrotá-la.
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O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política