O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 46
reram o Brasil, despertando o entusiasmo da opinião pública
democrática. O mais importante foi que, na disputa de um terço
dos cargos para o Senado, a oposição conseguiu impor uma derrota significativa à ditadura, elegendo 16 das 22 cadeiras, sobretudo
nos estados mais importantes, e para a Câmara Federal capturou
161 vagas (isto é, quase metade delas), processo político que tirou
chão do regime autoritário, abrindo espaço para a retomada dos
movimentos da sociedade civil, como a Carta aos Brasileiros,
lançada, em agosto de 1977, pelo jurista Goffredo da Silva Telles,
cercado de professores e estudantes da Faculdade de Direito, com
seu pátio lotado no Largo de São Francisco, e na qual pedia a volta
do Estado de Direito, a anistia aos presos políticos e a volta dos
exilados. Era a comemoração dos 100 anos de instalação dos cursos
jurídicos no Brasil.
Acossada pela crise econômica, pelas novas vitórias do MDB
nas eleições de 1974 e 1978 e pela retomada dos movimentos
sociais, da UNE, e do novo sindicalismo do ABC paulista (25), a
ditadura passou então à defensiva e começou a falar em distensão
e em abertura política.
A anistia, a reforma partidária de 1979
e a unidade das oposições
Em 1979, com a Lei de Anistia aprovada pelo Congresso, os
presos políticos foram libertados, os exilados voltaram ao país e
novos partidos foram autorizados a se organizar, à exceção daqueles de tendência marxista ou socialista, entre os quais estavam o
PCB e o PSB.
Os trabalhistas se uniram majoritariamente em torno do
ex-governador gaúcho Leonel Brizola, que fundou o PDT depois de
disputa pela sigla do PTB com Ivete Vargas, sobrinha-neta de
Getúlio Vargas.
Os socialistas, então, se dispersaram. Diversos intelectuais
fundadores do PSB, em 1947, participaram da criação do PT, em
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O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política