O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 42

Debaixo de forte repressão e apesar de muitas cisões, em que vários dirigentes fundaram grupos guerrilheiros de extrema-esquerda, a maioria partidária se uniu em torno de sua maior expressão, o secretário-geral Luiz Carlos Prestes, defensor de uma resistência pacífica ao regime. Em seu VI Congresso, de 1967, realizado clandestinamente, o PCB fez uma dura autocrítica: Afastamo-nos da linha do V Congresso (1960), desde que, ao invés de continuar acumulando forças, procurávamos precipitar os acontecimentos e exigíamos das forças aliadas ações que não correspondiam à correlação de forças do momento. No fundamental, os erros que cometemos na aplicação da linha política do V Congresso decorreram de uma posição subjetivista, da pressa pequeno-burguesa e do golpismo que nos levaram a crer na vitória fácil e imediata, a contribuir, com nossa atividade política, para precipitar os acontecimentos, sem que existissem condições que pudessem assegurar a vitória da classe operária e das forças nacionalistas e democráticas. (23) Assim, o PCB manteve alianças amplas com o objetivo de reconquistar a democracia pela via política. Diante da nova conjuntura, a anterior proposta de Frente Nacionalista evoluiu para a de Frente Democrática. Diferentemente dos grupos de extrema-esquerda que propuseram a luta armada contra a ditadura e a imediata implantação de um regime socialista, o PCB defendeu outra tática e estratégia políticas. Para o partido, a tarefa colocada pela realidade era a reconquista do regime democrático. Para tanto, aprovou a luta pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de restabelecer uma Constituição democrática. Avaliava que a volta ao Estado de Direito democrático era uma condição necessária para a realização das reformas de base 40 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política