O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 35

No movimento sindical, o PCB passou a atuar conjuntamente com o PTB. No plano das alianças sociais, propôs que a frente reunisse o operariado, as classes médias e o empresariado nacional interessado no desenvolvimentismo e na modernização do setor agrário. Diante da crise de modelos, o PCB se viu na contingência de melhor estudar a realidade brasileira e descobrir um caminho próprio para realizar as transformações políticas, sociais e econômicas necessárias ao país. Assim, buscou uma estratégia que articulasse o Estado e o setor privado numa política nacional-desenvolvimentista, projeto considerado mais adequado ao Brasil, país de economia periférica, porém com um certo grau de desenvolvimento, patamar que se elevaria nas décadas seguintes. A campanha O Petróleo É Nosso e a organização dos movimentos sociais Deixando dogmas de lado, o PCB verificou que havia elementos na nossa história que confirmavam a possibilidade de se constituir no Brasil uma aliança de amplos setores em torno de uma plataforma de desenvolvimento nacional. A campanha do “petróleo é nosso”, que se iniciou após a promulgação da Constituição de 1946 e resultou na criação da Petrobras em 1953, era iniciativa concreta de uma Frente Nacionalista, na qual participaram não só comunistas e socialistas, como também outros setores democráticos. O PCB só oficializaria sua nova política no V Congresso, realizado em 1960, no Rio de Janeiro. Nesse período, começou a recuperar prestígio, aumentando sua influência nos meios operários, entre a intelectualidade e a juventude. A aliança com o PTB nos sindicatos resultou na criação, em 1962, da central sindical CGT, Comando Geral dos Trabalhadores, tendo entre seus fundadores e dirigentes mais influentes Roberto Morena e Hércules A Frente Nacionalista e os eventos dos anos 50 33