O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 32

4 A FRENTE NACIONALISTA E OS EVENTOS DOS ANOS 50 A pós a cassação do seu registro em 1947, o PCB adotou uma linha política de extrema-esquerda, o que levou o partido a definhar a cerca de um décimo de seus filiados do auge da legalidade e do prestígio do pós-guerra. Foi assim que, no pleito à Presidência da República de 1950, os comunistas defenderam o voto em branco. O PSB, também isolado, lançou a candidatura do seu presidente, o deputado João Mangabeira, que obteve somente 0,12% dos votos. Getúlio Vargas, da coligação PTB-PSP, venceu com 48,73% dos votos. Eduardo Gomes, da UDN, alcançou 29,66%; Cristiano Machado, do PSD, ficou com 9,71%. O PCB fez uma dura oposição ao governo Vargas, acusando-o equivocadamente de servir aos interesses imperiais dos Estados Unidos. Porém, dois importantes acontecimentos levaram o PCB a mudar radicalmente a sua política: o suicídio do presidente Vargas, em 1954, e o relatório secreto do líder soviético Nikita Kruschev, em que denunciava os crimes cometidos pelo seu antecessor, Josef Stálin, divulgado em 1956. Mesmo mantendo uma posição contrária a Vargas, o PSB, por sua vez, defendeu a sua posse e foi contrário às pressões golpistas da UDN, principal partido de oposição conservadora. Em nome dos socialistas, o senador Domingos Velasco defendeu que “dese30