O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 22

Pressionada especialmente pelos PCs francês, italiano e búlgaro, a IC aceitou a proposta, posição ratificada no seu congresso de 1935. Surgiram, assim, diversas frentes populares, congregando comunistas, socialistas e outras correntes democráticas dispostas a lutar contra o fascismo. No Brasil, havia surgido a Ação Integralista Brasileira, a versão nacional do fascismo, que se aproximara de Vargas. O presidente seguidamente demonstrava simpatia pelos regimes da Itália, de Benito Mussolini, e da Alemanha nazista. O PCB, temendo um processo de fascistização do país e em consonância com a decisão da IC, organizou a Aliança Nacional Libertadora. Em fevereiro de 1935, foi lançado o manifesto-programa da ANL, no qual eram defendidos o “cancelamento das dívidas imperialistas; a nacionalização das empresas imperialistas; a liberdade em toda a sua plenitude; o direito do povo de manifestar-se livremente; a entrega dos latifúndios ao povo laborioso que os cultiva; a libertação de todas as camadas camponesas da exploração dos tributos feudais; a defesa da pequena e média propriedades; diminuição dos impostos; aumento de salários; assistência ao trabalhador e instrução”. (7) Para presidir a ANL, foi escolhido Hercolino Cascardo, comandante da Marinha; a vice-presidência coube a Amoreti Osório, capitão do Exército, ambos egressos do movimento tenentista; para secretário foi indicado Francisco Mangabeira, filho do então deputado João Mangabeira, que viria a presidir o PSB, a partir de 1947. A ANL foi fundada em solenidade no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. Luíz Carlos Prestes, o legendário comandante da Coluna Invicta que percorreu o Brasil nos anos 1920, foi aclamado presidente de honra. O segundo homem da Coluna, Miguel Costa, também aderiu à Aliança. Dela fizeram parte comunistas, socialistas, militares do movimento tenentista, intelectuais, líderes sindicais e estudantis, além de democratas de variadas tendências. Em maio, a ANL já havia organizado 1.600 diretórios por todo o país, e, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, chegou a registrar 50 mil filiados. (8) 20 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política