O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 20

outubro de 1928, o agora Bloco Operário e Camponês conseguiu eleger dois vereadores no Rio de Janeiro, Minervino de Oliveira e Otávio Brandão, ambos do PCB. Astrojildo Pereira Em 1929, o PCB entrou em crise ao assumir posições de extrema esquerda. Astrojildo Pereira foi afastado da secretaria-geral e posteriormente expulso do partido, acusado de “menchevismo martovista”. (2) A nova direcão do PCB, sob a influência da Internacional Comunista, liderada pela União Soviética de Josef Stálin, via de forma negativa a política frentista desenvolvida por Astrojildo. E o comparava a Julius Martov, um dos líderes da ala moderada do Partido Operário Social Democrata Russo, defensor de uma via democrática para o socialismo e crítico de Vladimir Lênin, o líder maior da Revolução Russa de 1917. Astrojildo só foi reintegrado ao PCB após a redemocratização de 1945, porém permaneceu como membro suplente do Comitê Central até a sua morte, em 1965. A aliança do BOC com o Partido Democrático Ainda em fins dos anos 1920, o BOC defendeu, em São Paulo, uma aliança com o Partido Democrático, de tendência liberal-democrática, e criado, em 1926, em oposição ao Partido Republicano Paulista, agremiação oligárquica que predominou durante a República Velha. Historiadores (3) mostram muitos pontos comuns entre as plataformas defendidas pelo BOC e pelo Partido Democrático. Mas o diretório paulista do BOC sofreu intervenção do diretório nacional, contrário à aliança. (4) O Bloco ainda concorreu à eleição presidencial de março de 1930, com o nome de Minervino de Oliveira, o primeiro operário candidato à Presidência da República. Sem êxitos eleitorais, a organização foi dissolvida, pouco tempo depois. 18 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política