O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 157
sistema de governo, dificilmente haverá mudanças profundas na
política e, consequentemente, nas outras esferas da vida nacional.
Experiências históricas a considerar são as de países como
Portugal e Espanha que, depois de décadas de ditaduras salazarista e franquista, com a democratização e a adoção do parlamentarismo, em pouquíssimo tempo, construíram um sistema partidário
forte, representativo, democrático e estável.
Os protestos da juventude, naqueles países, têm a ver com os
sistemas políticos nacionais, mas principalmente com a incapacidade deles de agir nas esferas supranacionais de poder da União Europeia, cujas decisões parecem escapar ao controle dos cidadãos.
A implantação do parlamentarismo no Brasil exige outras
reformas políticas para dar estabilidade ao novo sistema, especialmente aquelas que fortaleçam e democratizem os partidos e contribuam para a formação de maiorias sólidas no Congresso, sem
sufocar as minorias.
Na justificação de sua proposta de reforma política, o PPS
critica o atual sistema proporcional com listas abertas, pois “é
personalista, produz legislativos atomizados e dependentes, partidos fracos e eleições caras. As consequências são conhecidas:
problemas de governabilidade, do ponto de vista do Executivo; de
representação, do ponto de vista do eleitor; e de legitimidade, do
ponto de vista do cidadão”.
E propõe o voto distrital misto uninominal, com lista partidária, a exemplo da Alemanha, “cujo processo inclui dois votos:
um no candidato do distrito e outro no partido, representado por
lista fechada e pré-ordenada. “No primeiro voto, o eleitor escolherá o candidato mais próximo do distrito, para representar a região;
no segundo voto, o eleitor poderá estudar qual, entre os partidos,
tem ideologia mais parecida com o seu pensamento, com suas
ideias”, explica o deputado federal do PPS do Paraná,
Sandro Alex”. (61)
A democratização do sistema político
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