O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 140
Apesar das dificuldades, Fernando Henrique Cardoso conseguiu uma mudança constitucional que lhe garantiu o direito à
reeleição, manteve a aliança PSDB-PFL-PTB, e, com apoio do PPB,
de Paulo Maluf, e de setores majoritários do PMDB, venceu a eleição de 1998 já no primeiro turno.
Nas eleições parlamentares, o resultado foi o seguinte: PFL,
que suplantou o PMDB, 105 deputados; PSDB, que passou a ser a
segunda força na Câmara, 99; PMDB, que foi para a terceira posição, com 83; PTB, 31; PT, 58; PDT, 25; PSB, 19; PPS, 15.
A legitimidade da aprovação da emenda da reeleição foi
manchada pela denúncia de compra de votos (43). Partido parlamentarista, o PSDB perdeu a oportunidade de propor também a
mudança do sistema de governo. Seus líderes argumentavam que
não havia condições para tanto, já que o parlamentarismo fora
derrotado na Constituinte e no plebiscito de 1993.
Na Presidência de Fernando Henrique, o Congresso aprovou
o instituto da fidelidade partidária, ao definir que o mandato
pertence ao partido e não ao parlamentar. Também foi estabelecida a cláusula de desempenho (ou de barreira), com o objetivo de
reduzir a fragmentação partidária no Congresso, medida posteriormente declarada inconstitucional pelo STF.
A crise econômica e social fez cair a popularidade do presidente que, enfraquecido, viu a principal liderança do PFL, o senador baiano Antônio Carlos Magalhães, passar para a oposição. Na
eleição presidencial seguinte, em 2002, o PSDB optou por uma
aliança com o PMDB, que indicou a deputada Rita Camata para a
vice de José Serra, derrotado pelo PT.
A Presidência de Lula
Lula assumiu o governo, ao mesmo tempo em que seu partido se tornou a primeira força política na Câmara. Porém, a sua
base de apoio era bastante fragmentada, com sustentação em
partidos médios, enquanto os partidos de oposição, PFL e PSDB
138
O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política