O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 136

O primeiro ministério parlamentarista buscou expressar uma forte maioria do Congresso, com participação expressiva do centrista PSD, em aliança com PTB, PDC e setores da UDN. O segundo gabinete, de Brochado da Rocha, contou também com a participação do PSB, mas com diminuição dos espaços para o PSD, o maior partido do Congresso. Um estreitamento maior da base parlamentar se verificou no gabinete seguinte, chefiado pelo socialista Hermes Lima, composto somente pelo PTB e PSB. Após a volta do presidencialismo, aprovado no plebiscito de janeiro de 1963, Goulart nomeou um ministério com base no seu PTB e PSB, cujos homens fortes eram Celso Furtado, no Planejamento, e os petebistas San Tiago Dantas, na Fazenda, e Almino Afonso, no Trabalho. O presidente não conseguiu formar uma maioria no Congresso. A crise econômica e o clima de radicalização política levaram à fragmentação do quadro partidário, provocada por divisões na UDN, PSD, PTB e pela ascensão de partidos médios como PSB, PDC e PTN. A perda do apoio dos partidos de centro, a polarização política entre esquerda e direita no clima da Guerra Fria, o impasse nas reformas de base no Congresso, as dificuldades econômicas e a agitação social abriram uma crise política que culminou com o golpe de Estado de abril de 1964. Como vimos, o Brasil mergulhou numa ditadura que perdurou até 1985. (42) O presidencialismo na transição democrática Como se sabe, a vitória de Tancredo Neves, em janeiro de 1985, por um Colégio Eleitoral, foi o primeiro grande passo para se pôr fim ao regime ditatorial. Com a morte do presidente eleito, assumiu a Presidência da República o ex-senador José Sarney que, meses antes, havia sido o presidente do PDS, o partido da ditadura. Nas primeiras eleições parlamentares pós-ditadura, em 1986, o governo teve uma vitória espetacular. Na onda do tabela134 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política