O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 110
to, de uma aliança com as forças sociais-democratas. Hoje, o PCI
se bate muito por uma aliança das esquerdas na Europa.” (28)
Muitos cientistas sociais veem PT e PSDB como duas versões
brasileiras da social-democracia, com algumas diferenças entre
elas. Helio Jaguaribe, sociólogo e cientista político, por exemplo,
vê o PSDB como “um movimento de centro-esquerda” que ”está
deixando que grandes bandeiras sejam encampadas pelo PT sem
disputar a versão socialdemocrata das mesmas. Na prática, o PT
está sendo o partido socialdemocrata. Lula(…) ideologicamente
poderia unir PT e PSDB, mas humanamente não, pois são lideranças em disputa”. (29)
De Celso Rocha de Barros a José Arthur Giannotti
Doutor em sociologia, autor do blog NPTO, Na Prática a
Teoria É Outra, simpatizante petista, Celso Rocha de Barros escreve que o PT “sempre foi ideologicamente confuso. Em 1989, o
socialismo acabava no mundo todo e, no Brasil, o PT quase ganhava com um discurso que, se não era de corte bolchevique, já era
claramente anacrônico. Essa recusa de se aprofundar sobre 1989
foi o grande pecado do PT e, em especial, dos intelectuais petistas.
(…) Esse fechamento do discurso isolou o PT de forças políticas
que poderiam ter sido nossas aliadas, como o PSDB, no início dos
anos 90, e importantes setores da classe média.
(...) Depois do sucesso do governo Lula, acho que essa oportunidade está mais aberta do que nunca para o PT. Precisamos
abraçar a socialdemocracia com entusiasmo, construir o Estado
de bem-estar social brasileiro, aprofundar nossa democracia,
tirando a ênfase do velho programa desenvolvimentista – que
já rendeu o que tinha que render (e não foi pouco) – e pensando
em como vamos nos tornar produtores de tecnologia, que diálogo teremos com o que há de mais moderno na economia. (30)
108
O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política