O reencontro da esquerda democrática e a nova política | Page 102

dente do partido, deputado Michel Temer, ser indicado para compor a chapa com Dilma como candidato a vice-presidente. (17) A forma como foi escolhida a candidata, menos por um debate partidário e mais por uma decisão pessoal de Lula, bem como a maneira como o PT conduziu a elaboração do programa da sua coligação com o PMDB e nove partidos aliados, foram alvo de críticas. “Em vez de programa da coligação, Dilma registra o do PT”, foi o título da reportagem do jornal Valor Econômico, que dizia que a candidata petista “apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a resolução do seu partido sobre as diretrizes de programa de governo, aprovadas no 4º Congresso Nacional do PT, em fevereiro, em vez de um programa de governo discutido pelos partidos que compõem a sua coligação”. (18) O documento apresentado teve repercussão negativa, segundo a Folha de S. Paulo: “O programa de governo de Dilma Rousseff registrado (...) pelo PT, propunha taxação de grandes fortunas, combate ao “monopólio da mídia” e realização de audiência prévia para reintegração de terras invadidas por sem-terra. Após a repercussão das propostas, (...) o PT recuou, voltou ao TSE (...), retirou o texto e apresentou nova redação sem os pontos mais polêmicos. (...) Além dos pontos polêmicos, o texto não contemplava as propostas de partidos aliados, como o PMDB. Oficialmente, o PT afirmou que cometeu um erro técnico e entregou à Justiça Eleitoral um texto desatualizado, datado de 19 de fevereiro. A Folha apurou, porém, que uma ala da campanha optou deliberadamente por apresentar como programa de Dilma o texto aprovado no congresso do partido, em fevereiro, com concessões às alas mais à esquerda. Na ocasião, os dirigentes petistas afirmaram que essas propostas seriam diluídas na elaboração final do programa de governo e que era tarefa do partido “puxar para a esquerda” para depois negociar um programa final, principalmente com o PMDB. Mas (...), a coordenação da campanha chegou à conclusão de que, por conta de reação de aliados e de propostas que a própria candidata não endossou – como a redução da jorna100 O reencontro da Esquerda Democrática e a Nova Política