O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 66

64 O QUEIJO DE COALHO EM PERNAMBUCO: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS Novos foram os horizontes abertos à pecuária em Garanhuns, nos anos 1920, no espaço que Andrade situa. Percebe- se, muito cedo, que específicas raças de gado bovino foram exploradas de maneira exitosa naquela região, como as raças Limousin (francesa) e Schwitz (sueca). Essas criações não se restringiam apenas à Garanhuns, de modo que em municípios como Altinho, a Fazenda Fortaleza também era cenário da produção do cruzamento da raça Schwitz com as vac as crioulas, que eram maiores e apresentavam resultados excelentes. Com relação à raça Limousin, essa era a mais indicada para o corte e o trabalho, o que fez com que a sua criação também se torna viável em Garanhuns, uma vez que esse município se firmava como a maior sede urbana da região, o que permanece até os dias atuais. Nas áreas mais frias, a outra raça bovina citada foi sempre mais explorada para o leite, ocupando ainda a área mais acidentada de pastagem mesmo ordinária. Uma cidade de 10 mil habitantes, como era Garanhuns, tinha deficiência de gado leiteiro, o que acarretava graves vexames à população em geral. Essa população pagava caro pelo consumo do leite, que é um gênero de primeira necessidade e, como tal, deve ser barateado para o bem das crianças que não podiam prescindi-lo72. No entanto, com a adoção da raça Schwitz, foi possível aumentar a produção do leite e, consequentemente, baixar o seu preço. Segundo o Álbum de Garanhuns Anos 20 constata-se que, entre as maiores fazendas de criação de gado e produção leiteira do município, destacava-