O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 50
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O QUEIJO DE COALHO EM PERNAMBUCO: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
2.8. A pecuária desenvolve-se com a chegada
da palma forrageira
No momento em que os colonizadores europeus chegaram ao México, já encontraram a palma forrageira - Opuntia
fícus-indica Mill, Cactus fícus indicus L –,
que se constituiu como o principal alimento do gado no período da seca. A planta é
americana, contanto sem indicação precisa sobre o seu inicial habitat48.
Raul de Góis, em seu livro sobre
Herman Lundgren, na edição de 1949,
afirma que este sueco participou de forma pioneira sobre a industrialização do
Nordeste como precursor do progresso
industrial, assim como foi o pai de Artur
Lundgren, que se tornou Comendador e
um dos grandes acionistas das fábricas de
tecidos situadas em Paulista (PE) e em Rio
Tinto, município de Mamanguape (PB).
No Brasil a introdução da palma forrageira, segundo Francisco Alves de Andrade49
se fez por Lundgren, na área da Mata e no
Litoral de Pernambuco, tendo sido atendido por Burbkans após ter solicitado mudas dessas plantas. Por ocasião da seca, ele
havia selecionado o produto conhecido
como ‘palma santa’, a partir de cruzamento de espécies de cactus, desprovidos de
espinhos, que se apresentavam aquosos e
ricos em proteínas e que, nas regiões mais
áridas, tornaram-se alimento de animais e
de populações devastadas.
Outro pioneiro que trouxe para o
Brasil a palma forrageira foi o cel. Delmiro Gouveia, tendo se instalado no interior
de Pernambuco, inicialmente em Pesquei-
ra, e depois, de maneira mais incisiva, em
Pedra, atual Delmiro Gouveia (AL). Nessa
localidade, difundiu-se também o uso da
palma forrageira nos Sertões desse Estado.
Coronel Delmiro Golveia (1863-1917)