O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 48
46
O QUEIJO DE COALHO EM PERNAMBUCO: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
esquerda: CURRAL onde ocorria A FEIRA DE
GADO DE ARCOVERDE (ano de 1945) e onde
se comercializavam o Queijo de Coalho.
direita: Cel. Augusto Cavalcanti e do Min. Andre
Cavalcanti de Albuquerque, na FAZENDA FUNDÃO (ano de 1919) - Os maiores produtores de
Leite da região de Arcoverde, na época.
importante fonte para o enriquecimento do interior.
Ele ainda enfatiza a ‘época do couro’ quando faz referências à presença
desse material em toda a vida do sertanejo. Do alforje à sela de montaria, da
bainha à vestimenta, é o couro que vai
caracterizar o sertanejo. Sua relevância
será a econômica, diz o cearense, vindo
mesmo a ser a exportação do couro e da
sola uma importante fonte para o enriquecimento do interior .
Vamos perceber que, a partir da
necessidade da relação entre os currais
e os mercados consumidores, foram
abertas grandes estradas de penetração, embora fossem os passadores caminhos alternativos na caatinga para
evitar florestas. Na abertura dessas estradas, buscavam-se os rios, que também
serviam como ponto de orientação, destacando como verdadeiros centros do
couro as cidades do Recife e de Salvador
para mais tarde disseminar-se por cidades interioranas do agreste de Pernambuco.
Por seu lado a pesquisa nos fez identificar ser imensa a serventia do gado,
uma vez que muitos dependiam direta e
indiretamente dessa criação. Esta era tão
significativa no Sertão que se criou um
Ato Régio, no qual se cobrava um imposto e subsídio literário para o custeio das
escolas em que iria repercutir nos pagamentos das professoras. Diz Pereira da
Costa com esse Ato criou-se o Tribunal
da Mesa Censória, que ao ter regimento
expedido em 18 de maio de 1768, sobre
o seu âmbito de ação argumenta:
[...] Se é licito apontar a causa que
tem concorrido para a falta de pagamento aos professores, direi que
toda nasce da extraordinária seca