O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 47
O TRAJETO DO GADO E O POVOAMENTO DOS SERTÕES: Produção de queijo no interior do Brasil
tas outras áreas desconhecidas de uma
boa parte da população chegada após
os índios. Essa população antes temia as
terras sertanejas, no entanto, em áreas
de conflitos os resultados foram sempre
bem mais favoráveis.
A vida no Sertão não era fácil, segundo Capistrano de Abreu45, ao dizer
que os ocupantes do Sertão inicialmente tiveram vidas bem mais difíceis, pois
“não foram donos das sesmarias, mas
escravos prepostos”. Carne e leite havia
com fartura, mas somente isto.
Já com o aproveitamento do couro
do gado46:
o rude leito que aplicado ao chão
duro, e mais tarde a cama para os
partos; de couro todas as cordas,
a borracha para carregar água, o
mocó ou alforge para levar comida, a maca para guardar roupa,
a mochila para milhar cavalo, a
peia para prendê-lo em viagem, as
bainhas de faca, as brocas e surrões, a roupa de entrar no mato,
os bangüês,para curtume ou para
couros puxados por juntas de bois
que calcavam terra com seu peso;
em couro passava-se tabaco para o
nariz.
(...) Pode-se apanhar muitos fatos
da vida daqueles sertanejos dizendo
que atravessaram a época do couro.
De couro era a porta das cabanas,
Também o estudioso cearense ressalta a importância do couro para a
economia, vindo mesmo a se tornar um
produto de exportação que seria uma
1ª FEIRA DE GADO DE ARCOVERDE (ano de
1916), na Av. Rio Branco, onde começaram a ser
vendidas as peças de queijos fabricadas pelos produtores, na época.
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