O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 41
O TRAJETO DO GADO E O POVOAMENTO DOS SERTÕES: Produção de queijo no interior do Brasil
"O surgimento de novos povoados, feiras, vilas e
cidades que se estabilizaram no entorno da criação do gado."
Partindo desse princípio, entende-se que, em primeira instância, os vales
dos rios do Sertão desaguam no Litoral.
Dessa forma, viabilizaram-se os caminhos
do Capibaribe e do Ipojuca. Nas nascentes
desse último, limitando-se a Oeste com o
vale do Moxotó, iniciou-se a atividade pecuarista, como o Sertão pernambucano.
O território, antes inexplorado,
permitiu o surgimento e desenvolvimento de novos povoados, feiras, vilas e
cidades que se estabilizaram no entorno
da criação do gado.
2.5. Dos Sertões ao Brasil
"...da ocupação dos Sertões que se estendiam
das fronteiras de Minas, no São Francisco, ao
território dos Pastos Bons, no Maranhão"
Nesse movimento colonizador, há
situações bem específicas com maior importância para a história da formação
da sociedade brasileira. Isto é, dos interesses que centralizavam a formação da
onda pioneira à garantia de permanência da ocupação dos Sertões que se estendiam das fronteiras de Minas, no São
Francisco, ao território dos Pastos Bons,
no Maranhão.
Os currais no Litoral da Bahia e
de Pernambuco, e de outras capitanias,
chegavam a ter de duzentas a mil cabeças de gado, assim como existiam fazendas que ultrapassavam esses números
com a presença de currais que variavam
de seis mil a vinte mil cabeças. As boiadas surgiam a cada ano favorecidas pelas
circunstâncias que promoviam a parição
e multiplicação do mesmo gado, sem
esquecer a importância dos pastos, nas
áreas produtivas, como também nos caminhos.
Assim, formava-se no trajeto do
gado, uma população que somente seria superada em tempo das minas, nas
proximidades do Rio. Retiravam-se,
portanto, os terrores da viagem com o
aconselhamento incentivado às pessoas
para adentrarem esse espaço.
Capistrano de Abreu33 também
vem relatar a importância do trajeto do
gado, não apenas em relação à melhoria
daqueles que viviam no percurso traçado pelo gado, mas ao aumento populacional daquela região provocado por
ele, permitindo o surgimento de fazendas, pequenas povoações e cidades, face
à ação inicial do donatário da Capitania
de Pernambuco, quando trouxe o gado.
Duarte Coelho Pereira, como primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, trouxera o gado, do tipo vacum. Esses animais, de modo geral, em
pequeno número, inicialmente, seriam
empregados nos serviços das almanjarras e dos primitivos engenhos de açúcar
implantados em Pernambuco.
Enquanto o donatário da Nova Lusitânia investia, Tomé de Souza, como
primeiro governador geral, foi de fato
quem investiu na criação do gado para
outros fins, que não fossem apenas o de
servir aos engenhos por meio do uso da
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