O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 34
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O QUEIJO DE COALHO EM PERNAMBUCO: HISTÓRIAS E MEMÓRIAS
genas apresentavam-se hábeis no tratamento de enfermidades tão leves quanto
outras tão mais complexas18.
Por sua vez, no inviolável direito à
fuga, os índios cativos dos paulistas igualavam-se aos cristãos europeus capturados pelos piratas muçulmanos de Argel.
Enquanto isso, os quilombolas eram condenados à perseguição, e quando captu-
População indígena. (Acervo: Fundação Joaquim
Nabuco)
rados dificilmente fugiam ao cativeiro e
à morte. Tal era o preço da conservação
do escravismo luso-brasileiro que, por
mais de três séculos perdurou no Brasil.
Essa contradição entre as duas posturas se constitui de maneira aparente: a
escravidão dos negros apresentava- -se
como a condição necessária para garantir a liberdade dos índios.
2.1. A chegada do gado e primeira citação
de fabricação de queijo na capitania
pernambucana e no Brasil em meados do
século XVI
O advogado, jornalista, historiador
e político brasileiro Francisco Augusto
Pereira da Costa (Recife, 1851 - 1923)
foi Fundador da Academia Pernambucana de Letras, e Publicou 192 trabalhos,
incluindo os Anais Pernambucanos.
Esta obra Publicada em 10 volumes,
num total de 5566 páginas, é ordenada
cronologicamente e abrange a história e
a vida de Pernambuco de 1493 a 1850.
Trata de incidentes históricos importantes a fatos curiosos e jocosos da vida pernambucana; e é referencia na literatura
e historia pernambucana. O escritor
Jordão Emerenciano assim definiu essa
obra como:
“Pereira da Costa conseguiu esse
admirável milagre de realizar, sozinho e pobre, uma obra que pelo
vulto, pela importância e pela extensão transcende do esforço de um
indivíduo para assemelhar-se ao de
toda uma corporação. Esse milagre
ele conseguiu pelas suas qualidades
pessoais de tenacidade, resistência,
dedicação, capacidade de trabalho
e, sobretudo, pelo muito amor que
votava a Pernambuco. Sua obra é
o milagre do amor. De amor à sua
terra e à sua gente.”
Assim, Pereira da Costa nos mostra na sua obra “Anais Pernambucanos
(1740-1794, vol. I p. 258-259)” que o
gado vacum e a fabricação de queijo
já estavam presentes na Capitania Pernambucana em meados do século XVI:
Se referindo ao sacerdote jesuíta
português Manuel da Nóbrega (1517