O queijo de coalho em Pernambuco: histórias e memórias | Page 133

131 Os europeus em Garanhuns contribuíram com a multiplicidade de novos tipos de queijos, produzidos, por italianos, principalmente, os membros da família Notaro que, segundo relatos de parentes na atualidade chegaram a ensinar a feitura de, aproximadamente quinze tipos de queijo no município. Andrade lembra que a região era chamada de Triângulo Leiteiro. Já nos anos 1980-90 se constituem incentivos político-governamentais nesse Estado para os agricultores de baixa renda sabendo que a sua criação tem como ação comum o fornecimento do leite à família e a expansão do orçamento para esse grupo social ao obter a venda de bezerros, assim como a produção de queijo para o consumo familiar. Os cuidados com a saúde dos animais vão necessitar de uma visão sanitária constante, incluindo nos dias atuais. Naquele período foram criados os programas de extensão rural, com orientação e assistência aos proprietários. Vieram os postos de drenagem do leite em alguns municípios, como Gravatá e Caruaru. Havia expectativa para novos postos nas cidades de Alagoinha, Pesqueira, Sanharó, Belo Jardim e São Bento do Una, assim como em Pedra. Foi no iniciou do século XXI que o Queijo de Coalho do Agreste de Pernambuco busca a sua valorização através de um processo de Indicação geográfica. A consolidação deste projeto vai sobe a impulsão de entidades como o Sebrae, o ITEP, a SECTMA, órgãos de fiscalização, etc. incentivar a organização do setor leiteiro. Assim serão criados o Comitê estratégico da Pecuária Leiteira – CEPLEITE e a Associação de Certificação do queijo de coalho do Agreste de Pernambuco – CQP. Consequentemente, as ações interinstitucionais desenvolvidas em prol a atividade leiteira vão ganhar em eficiência, e o queijo de coalho iniciar a sua busca por padrões de qualidade de nível internacional. Foi também nesses últimos anos que a culinária regional começou a se destacar no Brasil, e que Grandes Chefes Pernambucanos souberam apresentar as nobrezas do queijo de coalho do Agreste de Pernambuco aos apreciadores da “alta gastronomia”. Mostramos através deste livro que o queijo de coalho teve os seus primeiros passos na medida em que o Brasil nasceu, e teve uma longa caminhada até hoje para ganhar as suas características e se tornar parte integrante da cultura e do patrimônio Pernambucano, permitindo assim o desenvolvimento socioeconômico de toda uma região. Cabe aos leitores deste livro, aos apaixonados da cultura tradicional e da gastronomia, divulgar e aprimorar esses elementos para fazer deste queijo, um produto reconhecido internacionalmente como é o Champagne, Presunto de Parma, Vinho do Porto, Queijo Roquefort, etc... LEMBRANDO QUE VOCÊ FAZ PARTE DESTA HISTORIA, E QUE ESTA HISTORIA ESTÁ APENAS COMEÇANDO...