O Mocho NÚMERO ESPECIAL - CONGRESSO LITERACIA | Page 17

SESSÃO PLENÁRIA I

Falou em primeiro lugar o Diretor Geral de Educação, Vítor Pedroso, que realçou a importância do conceito de literacia e a forma como está ligada ao direito dos cidadãos ao acesso à informação e o papel verdadeiramente importante que desempenha na formação de cidadãos democráticos, criativos e pró-ativos.

Falou na criação do conceito de Educação para a cidadania que é uma área transversal em todos os ciclos de ensino para a qual foram já estabelecidas as linhas orientadoras no âmbito das quais foi publicado um quadro de referências que deve depois ser trabalhado e adaptado em cada escola de forma a fazer frente às necessidades específicas de cada realidade.

Por último referiu as iniciativas que foram já lançadas e que são uma realidade: SeguraNet, Concurso Conta-nos uma História, Os Blogues EDU, os Jornais Escolares, as Rádios e Televisões Escolares, o Portal ENSINA da RTP, os Clubes de Programação e de Robótica, e a Rede de Bibliotecas Escolares.

Concluiu dizendo que o trabalho não está completo, que há muito mais ainda a fazer, sendo a formação de docentes e a dinamização e melhoria de recursos os dois aspetos que têm de ser perseguidos com mais força.

Seguidamente falou Manuela Silva, Coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares, que fez um balanço da evolução da rede de bibliotecas escolares ao longo dos últimos anos. Referiu que a revolução tecnológica das últimas décadas veio alterar o quadro de funcionamento e de utilização das bibliotecas escolares pelos alunos e pelos professores, exigindo agora um conjunto de literacias essenciais à aprendizagem que incluem não apenas as competências básicas de leitura, mas também todas as competências ligadas á descodificação de imagem, texto e som, características do mundo multimédia.

Referiu então que o enorme desafio com que as Bibliotecas escolares se confrontam é o de articular as aprendizagens científicas com as novas literacias.

Como referência terminou indicando que o grande trabalho que há a fazer é o da formação dos professores para que possam trabalhar em conjunto com as bibliotecas escolares no apoio ao desenvolvimento das competências dos seus alunos.

Falou então João Marôco que fez a apresentação e análise dos resultados dos testes PISA e PIRLS dando indicações sobre as tendências que estes testes irão desenvolver nos próximos anos. Do teste em papel, passou-se ao tipo de teste CBA (Computer Based Assessment) e a próxima geração serão os testes CAT ( Computer Adapted Assessment) em que a ideia base é a interatividade e a adaptabilidade do grau de dificuldade dos testes à características individuais dos alunos.

Por último falou Sara Pereira, professora da universidade do Minho e membro da organização deste congresso que apresentou um estudo que está a ser ultimado sobre a forma como os jovens a nível do 12.º ano são influenciados e percecionam os conteúdos que lhes chegam por via das novas tecnologias. O universo observado neste estudo são alunos do 12.º ano.

No entanto a curiosidade deste estudo é o facto de ele demonstrar que os jovens demonstram um baixo nível de conhecimentos relativamente ao mundo dos media, embora seja alta a percentagem de utilização de todo o tipo de gadgets como telemóvel, Smart Phones, computadores, internet televisão por cabo, etc.

Os dados crus são os seguintes: num universo de 678 estudantes, 52% têm um nível de conhecimento sobre os media inferior a 29 pontos em 100; 43% têm um nível entre 29 e 49,4; apenas 5% tem uma avaliação sobre os conhecimentos de media acima de 49,5 pontos em 100.

Isto significa que embora os jovens tenham acesso aos media, não fazem deles um uso que permita a utilização dos mesmos em toda a sua potencialidade.

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