Uma discussão sobre um
futuro nem tão distante
Demétrio Carneiro
D
ifícil achar quem pense, com um pouco de seriedade, sobre
o momento atual e não esteja preocupado com as mudan-
ças que poderão ou não acontecer a partir das eleições de
2018. Normalmente, os processos eleitorais, especialmente numa
data tão antecipada como esta em que escrevemos, não são muito
fáceis de escrutinar, mas este em especial acumula um grande
número de elementos.
O governo Temer
O governo Temer veio ao mundo, a partir de uma ampla coali-
zão de oposicionistas em que todos sabiam de duas coisas: 1)
Dilma não reunia mais as condições necessárias para permane-
cer no posto; 2) A crise das Finanças Públicas estava instalada e
gerava um quadro de quebra de confiança que estava travando a
economia, impedindo qualquer chance de retomada.
Contudo, essa coalizão vencedora não durou o necessário
para um mínimo de estabilidade. Logo, o enfrentamento da ques-
tão patrimonialista colocaria no centro do palco o próprio presi-
dente Michel Temer e seus assessores mais próximos, iniciando
um novo ciclo de instabilidade.
A coalizão vencedora se desfez. Já sabemos que, quando se
trata de defenestração, abandonar grandes coalizões tem custo
baixo para quem o faz. Mas houve um custo para a retomada da
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