O imprevisível 2018 PD49 | Page 68

Reformas versus corporações e populismos. Agora e no embate maior de 2018 Jarbas de Hollanda D eixada para trás a segunda denúncia do ex-chefe da Procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot, contra o mandato do presidente Michel Temer, e superados os maiores riscos institucionais por ela gerados, temos à frente – daqui até às eleições do próximo ano – um complexo e tenso cená- rio dominado pelo confronto em torno de medidas e propostas para enfrentamento da aguda crise fiscal do país e para reformas da economia entre seus apoiadores e forças corporativas e popu- listas (de apelo esquerdista ou direitista), com reações agressiva- mente contrárias. Tais reações à agenda reformista (corretamente reassumida como prioritária pelo presidente da República), que vão juntar grande parte da elite do funcionalismo com os autointitulados “movimentos sociais”, a rigor antissociais, terão seus alcance e legitimidade esvaziados pela crescente evidência do imperativo de respostas – duras mas essenciais – à dramática crise fiscal legada pelo lulopetismo ao atual governo: de uma dívida pública bruta que aumenta R$ 50 bilhões, a cada ano, até a explosão da crimi- nalidade (sobretudo mas não só no Rio de Janeiro) como um dos múltiplos efeitos dessa crise nos governos das três esferas político-administrativas. A cobrança das referidas respostas vai passando a ser feita não apenas pelo conjunto do empresariado mas também por muitos segmentos da população, de par com um progressivo reconheci- mento dos ganhos já conseguidos: o fim da recessão com um PIB positivo, a queda da inflação e dos juros básicos, reversão do desem- prego, o desmonte do custosíssimo e corrupto gigantismo estatal, com o saneamento da Petrobras e a privatização da Eletrobras. Ignorando os enormes custos econômicos, sociais e éticos da desastrosa herança dos governos petistas e na contramão dessa cobrança, o ex-presidente Lula, em suas caravanas de “perse- guido do juiz Sérgio Moro”, propõe um referendo para anulação das medidas de ajuste fiscal, como o teto de gastos estatais, e das reformas já institucionalizadas e em tramitação no Congresso, 66