O imprevisível 2018 PD49 | Page 55

Diferentemente dos movimentos juvenis dos anos 1960 e 1970 , que tinham outros desafios e uma agenda muito mais focalizada – notadamente na luta contra a ditadura –, os de hoje têm agendas mais difusas , o que pode significar maior relevân cia ou risco de irrelevância . Pretendem refundar a política nacional sobre uma nova base ética , para a construção de um país com menos desigualda de social e econômica , ambientalmente mais sus tentável , com menos violência e mais tolerância .
Um Brasil que defina seu projeto de desenvolvi mento sabendo valorizar a diversidade , a alegria , as manifestações de fé , os biomas e a cultura de sua gente . Um país que invista em seu povo e este ja aberto à maior participação de todos .
Ainda não há como saber para onde vão esses movimentos . Podemos supor que alguns vão crescer e outros se fundir , desaparecer , ressurgir em outros tempos e espaços . Mas é possível afirmar que muitas pessoas envolvidas na agenda ini cial deles , em breve , estarão ocupando as mais altas posições de decisão do nosso país .
É possível tam bém arriscarmos dizer que teremos um pouco mais de renovação nas eleições de 2018 e muito mais nas de 2022 . Não podemos entrar na terceira década do século 21 com as mesmas lideranças da metade do século passado . A renovação é imperativa e o revigoramento das instituições democráticas , uma necessidade .
O pior que pode nos acontecer é não aproveitarmos este momento de crises múltiplas – ética , econômica , política – para criar novo projeto de nação , com renovadas e fortalecidas formas de atuação , tanto governamentais quanto da sociedade civil . Um projeto de nação que corrija o maior erro do nosso passado – o descaso com a base de um país que pretende ter desenvolvimento econômico e social sustentável : o compromisso com educação básica pública de qualidade para todos .
Além de abertura para que a geração mais jovem ocupe espaços no Executivo e no Legislativo e construa um novo Brasil , é igualmente importante termos uma sociedade civil fortalecida , que saiba debater entre si , formular posições que vão além dos consensos rasos e tenha agendas de incidência com os governos . Ainda há poucos gru pos organizados assim .
São movimentos políticos – pois , ainda que não partidários , participam ativamente nas decisões de políticas públicas – como Nova Democracia , Todos Pela Educação ( TPE ), Campanha Nacio-
Quem sabe faz a hora
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