no velho mapa partidário e ideológico, a sua cota de responsabili-
dade será cobrada nas eleições de 2018, quando escolheremos o(a)
presidente da República, senadores e deputados federais que
guiarão os rumos do país no Executivo e no Congresso Nacional.
Grosso modo, teremos em 2018 um menu bastante variado de
opções, possibilitando que os eleitores votem livremente naqueles
candidatos que considerem melhores, mais preparados ou mais
adequados para o momento que o país vive. Nunca se teve tanta
informação e transparência tão reveladora das entranhas do sistema
político-eleitoral como se tem agora, o que não se traduzirá necessá-
ria e automaticamente na melhoria da qualidade dos eleitos.
É por isso que este convite à reflexão nos parece tão urgente e
oportuno. De que adianta seguirmos militando nas redes e nas
ruas, manifestando nossas preferências ou, ao contrário, protes-
tando contra tudo aquilo e todos aqueles que repudiamos, às
vezes em disputas fratricidas dentro de um mesmo campo demo-
crático e republicano, se não formos capazes de promover ações
verdadeiramente transformadoras através do voto?
O cenário das próximas eleições é ainda bastante incerto, mas
já começam a se desenhar no horizonte as primeiras candidatu-
ras. Num contexto global de exacerbação do radicalismo, com o
quadro nacional propenso também a buscar salvadores da pátria
aleatórios diante do descrédito da política mais tradicional,
tornam-se preocupantes os destinos do país, da economia, dos
direitos sociais e individuais, das garantias constitucionais de
liberdade, segurança, desenvolvimento, bem-estar, igualdade e
justiça como valores supremos.
Mas não venham apontar a Lava Jato e outras operações da
Polícia Federal e do Ministério Público, nem suas gravíssimas
implicações na Justiça, como “culpadas” da degradação que
macula, desonra e constrange a maioria dos partidos e de seus
mandatários. É triste que tenhamos chegado tão fundo do poço
moral e ético, mas é alvissareiro que ainda possamos reagir demo-
craticamente para sanear e desenxovalhar a política sem atalhos
fascistas, autoritários e antirrepublicanos.
É salutar que velhos caciques, sobretudo os envolvidos em
esquemas de corrupção e Caixa 2, percam o lugar cativo que
mantinham há décadas, abrindo espaço para novas lideranças e
organizações que possam arejar a nossa democracia representa-
Na política muda-se tudo para não mudar nada!
41