O imprevisível 2018 PD49 | Page 41

Na política muda-se tudo para não mudar nada! Mauricio Huertas Q uem acompanha o noticiário político diário já deve ter dado um nó em seus neurônios! Quando você vai dormir, as regras que estão valendo são de um jeito; quando você acorda, já estão de outro. Isso vale principalmente para esse desarranjo eleitoral (que alguns chamam de “reforma”) promovido a toque de caixa por deputados e senadores que fazem de tudo para não largar o osso do poder. Cria-se um fundo público bilionário, obviamente benefi- ciando os maiores partidos; recria-se a cláusula de desempenho, desta vez, obviamente, prejudicando os pequenos partidos. O maior problema, entretanto, não é enfrentado. As novas regras não punem os maus políticos, nem aquelas legendas de aluguel que vendem seus preciosos minutos da propaganda na TV para os candidatos favoritos. Quem se dá mal nisso tudo são as siglas de conteúdo ideológico e que abrigam os políticos verdadeira- mente interessados em fazer uma política diferenciada e voltada para o bem comum. A quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo, as idas e vindas das reformas no Congresso, a enxurrada de escândalos, denúncias, delações, depoimentos – tudo muda o tempo todo no mundo, e cada vez mais rápido! Mas, ao contrário do que canta o Lulu Santos na música “Como uma onda”, aqui parece que nada passa e, se é verdade que tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, no fim das contas parece que tudo acaba 39