Na política muda-se tudo
para não mudar nada!
Mauricio Huertas
Q
uem acompanha o noticiário político diário já deve ter
dado um nó em seus neurônios! Quando você vai dormir,
as regras que estão valendo são de um jeito; quando você
acorda, já estão de outro. Isso vale principalmente para esse
desarranjo eleitoral (que alguns chamam de “reforma”) promovido
a toque de caixa por deputados e senadores que fazem de tudo
para não largar o osso do poder.
Cria-se um fundo público bilionário, obviamente benefi-
ciando os maiores partidos; recria-se a cláusula de desempenho,
desta vez, obviamente, prejudicando os pequenos partidos.
O maior problema, entretanto, não é enfrentado. As novas regras
não punem os maus políticos, nem aquelas legendas de aluguel
que vendem seus preciosos minutos da propaganda na TV para
os candidatos favoritos. Quem se dá mal nisso tudo são as siglas
de conteúdo ideológico e que abrigam os políticos verdadeira-
mente interessados em fazer uma política diferenciada e voltada
para o bem comum.
A quantidade de coisas acontecendo ao mesmo tempo, as idas e
vindas das reformas no Congresso, a enxurrada de escândalos,
denúncias, delações, depoimentos – tudo muda o tempo todo no
mundo, e cada vez mais rápido! Mas, ao contrário do que canta o
Lulu Santos na música “Como uma onda”, aqui parece que nada
passa e, se é verdade que tudo o que se vê não é igual ao que a
gente viu há um segundo, no fim das contas parece que tudo acaba
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