tecas do Ministério da Cultura está habilitado a fazer uma indica-
ção. Os detalhes das votações só são divulgados pela Academia
sueca após transcorridos 50 anos.
Sabe-se que, nos três últimos anos, foram indicados:
2015 – Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, bacharel em
Direito, cientista político e autor de vários livros, todos na área
política (indicação da União Brasileira de Escritores);
2016 – Lygia Fagundes Telles, nascida em 19 de abril de 1923,
formada em Direito e elegante autora de Ciranda de Pedra
e também de As Meninas (indicação da Academia Brasileira de Letras);
2017 – Carlos Nejar, prolífico poeta gaúcho, cuja estreia foi
em 1960, com Sélesis (indicação também da Academia Brasileira
de Letras).
Para 2018, dispomos de Affonso Romano de Sant’Anna, Adélia
Prado e, novamente, Lygia Fagundes Telles.
Já tivemos José Lins do Rêgo, Graciliano Ramos, Cecília
Meireles, Clarice Lispector, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes,
Nelson Rodrigues e João Cabral de Melo Neto.
Noutros planos
No tocante ao Prêmio Nobel da Paz, o nosso fraterno e comba-
tivo Dom Helder Câmara foi indicado quatro vezes, principal-
mente por seu trabalho, durante o regime militar, em defesa da
democracia e dos direitos humanos.
Na área da Física, no ano de 1950, o nosso Cesar Lattes pode-
ria ter ganhado. O curioso é que ele foi outorgado a Cecil Frank
Powell, chefe da equipe responsável pela pesquisa, apesar de
Lattes ser o principal pesquisador e o primeiro autor do artigo
sobre as partículas mésons pi, publicado na prestigiosa revista
Nature, em 24 de maio de 1947.
Quanto ao Nobel de Química, o tcheco naturalizado brasileiro
Otto Gotlieb teve indicação em 1999, mas sem êxito. Já nos planos
da Fisiologia e da Medicina, o caso de maior injustiça ocorreu com
Carlos Chagas, o único cientista da história da Medicina a descre-
ver completamente uma nova doença infecciosa: o patógeno
(Trypanosoma cruzi), o vetor (triatominae), os hospedeiros, as
manifestações clínicas e a epidemiologia. Indicado quatro vezes, a
primeira em 1913, ele teve um inimigo poderoso trabalhando
contra ele, o então médico legista, professor universitário, intelec-
tual e político Afrânio Peixoto.
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José Eduardo Gomes