O imprevisível 2018 PD49 | Page 182

Mulher-maravilha – mito e história
Martin Cezar Feijó

O filme do ano ? Depende . Talvez o filme do século . Do século 21 . Se o século 20 foi chamado de “ Século do Sexo ”, o 21 pode ser o “ Século da Mulher ”. O século do “ empoderamento ” da mulher , que até vai conseguir criar um neologismo mais elegante do que este . Como pai de três lindas mulheres ( Juliana , Maitê e Beatriz ), fico tranquilo e solidário na luta delas pela dignidade , liberdade e igualdade .

E o filme Mulher-Maravilha pode ser o começo grandioso . Nas primeiras semanas de junho de 2017 , quando teve estreia mundial , faturou mais de trezentos milhões de dólares pelo mundo , apesar de alguns países terem proibido o filme alegando que a atriz protagonista seja israelense , mas o motivo político-cultural pode ser outro , como se verá adiante .
Bem recebido pela crítica e pelo público , mesmo que mais de setenta e cinco anos depois de criação da personagem , e primeiro filme blockbuster de super-heróis dirigido por uma mulher ( Patty Jenkins ), marca o início de uma franquia que promete muitos filmes . Estrelado por Gal Gadot – minha musa atual –; o filme começa nos dias de hoje em Paris , quando uma linda e elegante mulher , que trabalha no Museu Louvre ( curadora ?), recebe uma caixa com uma foto enviada por Bruce Wayne , identidade secreta de Batman . É a própria história demonstrada em uma foto emblemática , pressupondo combates e dramas . É a própria imagem de um século que se inicia , o 20 , que foi denominado por um de seus maiores historiadores , Eric Hobsbawm , como “ Era dos Extremos ”. Um século no qual se desenvolve o cinema e nasce a televisão , mas também uma aventura que atraiu o público jovem conhecida como HQ – História em Quadrinhos ; em inglês , Comic Books , onde surgiram personagens como Super-Homem ( de Jerry Siegel e Joe Shuster , em 1936 ) e Batman ( de Bob Kane , em 1939 ).
A II Guerra se aproximava , a cidade de Nova York fervilhava e um professor de psicologia de Harvard reclamava . William Moulton Marston ( 1893-1947 ) criticava o fato de só existirem super-heróis homens . Como feminista , e intelectual reconhecido , Marston foi
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