O imprevisível 2018 PD49 | Page 18

O “centrão”, com isso, se fortalece, embora não possa ser tido como um vetor que organize o que quer que seja. O PT fica fora dessa constatação. Mas não escapa da esquizo- frenia geral. Está na muda, como se diz, mastigando suas próprias contradições e sendo pautado por Lula e pelo lulismo. Agora, deu para admitir que o “golpe” contra Dilma contou com o apoio da maioria da população e se dispõe a fazer alianças com “golpistas” para tentar recuperar os votos perdidos. Vai assim, dando uma no cravo, outra na ferradura, soltando névoa sobre o futuro. O fato é que não há um partido, ou uma coligação, que lidere e coordene, ainda que os maiores pretendam estar na direção. Em consequência, Temer apanha de todo lado, se recolhe, se finge de morto, mas segue no posto. Dentro de seu governo, porém, reina o inferno. Num dia, um ministro boquirroto fala uma bobagem, em outro uma ministra pisa na bola de forma grotesca, no terceiro dia há declarações desprovidas de sentido. Chega a ser difícil dizer que se tem um governo, ainda que se tenha muita oposição. A disputa pela sucessão de Temer não só está aberta, como espalha veneno e toxinas na vida política. Como há pouca coorde- nação e como os democratas parecem perdidos em meio ao tiro- teio geral, ficam todos com a sensaçã