O imprevisível 2018 PD49 | Page 17

O centro, a esquerda democrática e o novo como fetiche Marco Aurélio Nogueira F altando um ano para as eleições de 2018, ainda é cedo para prognósticos certeiros. O palco está repleto de candidatos e pré-candidatos, pesquisas são feitas para avaliar o poder de fogo de cada um deles, mas o que prevalece mesmo são a dúvida e o vazio propositivo. Estão confusos os políticos e os formadores de opinião, perplexos e desconfiados os cidadãos, ninguém parece contar com um estoque de ideias para fazer o país avançar. A campanha vai indo para as ruas, naquela fase de balões de ensaio, declarações genéricas e olho atento nas pesquisas. Mas não há como prever o que acontecerá nos próximos meses. Não dá para saber nem sequer se os que lideram as sondagens serão candidatos ou conseguirão manter o pique nos meses subsequentes. Lula e Bolsonaro têm seus problemas e dificulda- des, mas vão fazendo de conta que não ligam. São os que mais investem em caravanas e comícios, porque serão os que mais perderão se não puderem concorrer ou se murcharem quando estiverem perto da praia. Uma boa prova do cenário embaçado em que se vive são as escaramuças e a bateção de cabeças dos partidos frente ao governo Temer. Ora juntam-se contra ele, atiçados por redes e mídias, ora o elogiam como “campeão das reformas”. Não esca- pam dessa flutuação nem sequer os partidos que lhe dão susten- tação, como o PMDB e o PSDB, este último principalmente. 15