buição produziram-se silenciosamente transformações com as
quais já não concorda a ordem social, talhada segundo o
padrão de condições econômicas anteriores. E assim já está
dito que novas relações de produção têm forçosamente que
conter – mais ou menos desenvolvidos – os meios necessários
para pôr termo aos males descobertos. E esses meios não
devem ser tirados da cabeça de ninguém, mas a cabeça é que
tem de descobri-los nos fatos materiais da produção, tal e qual
a realidade os oferece. (Engels, F. Do Socialismo Utópico ao
Socialismo Científico, 1877).
o0o
[...] deve-se, em geral, reconhecer que esse desenvolvimento do
capitalismo na Rússia é realmente lento. E não poderia ser
diferente: nenhum outro país capitalista conserva tantas insti-
tuições antigas, incompatíveis com o capitalismo, retendo o seu
desenvolvimento e agravando infinitamente a situação dos
produtores, que “sofrem tanto pelo capitalismo como pelo seu
insuficiente desenvolvimento” [...]. (Lenin, W. O Desenvolvi-
mento do Capitalismo na Rússia, 2. ed., 1907).
o0o
[...] Marx inicia intelectualmente uma época histórica que
provavelmente durará séculos, isto é, até o desaparecimento da
sociedade política e o advento da sociedade regulada. Somente
quando isto ocorrer, a sua concepção do mundo será superada
(concepção da necessidade, superada pela concepção da liber-
dade [...] Os utopistas, na medida em que exprimiam uma
crítica da sociedade existente em seu tempo, compreendiam
muito bem que o Estado-classe não podia ser a sociedade regu-
lada, tanto é verdade que nos tipos de sociedade pensados nas
diversas utopias introduz-se a igualdade econômica como base
necessária da reforma projetada: nisto os utopistas não eram
utopistas, mas cientistas concretos da política e críticos coeren-
tes. O caráter utópico de alguns deles era dado pelo fato de que
consideravam possível introduzir a igualdade econômica com
leis arbitrárias, com um ato de vontade etc.[...]. (Gramsci,
A. Cadernos do Cárcere, 1929-1935).
A época histórica. Fim da história?
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