do capitalismo como impulsionadoras de forças políticas automá-
tica e espontaneamente transformadoras de seu próprio contexto
sem a formação do intelectual coletivo, nas novas formas a ser por
este assumidas.
E nas condições contemporâneas do capitalismo global, de
grande mobilidade dos recursos produtivos materiais, financeiros,
informacionais e da própria força de trabalho, com sistemas integra-
dos alem dos limites das fronteiras nacionais, isto por si só já reque-
reria a coordenação internacional das lutas sociais. Em contrapar-
tida, a revolução informacional em curso colapsa as distâncias e os
tempos no relacionamento entre os núcleos produtores do conheci-
mento, inclusive aqueles formuladores estratégicos da ideologia e da
política. Não por acaso proliferam os “think tanks” integrados em
rede, à direita e à esquerda do espectro político. Assim fica pratica-
mente evidenciado o caráter internacional do novo intelectual cole-
tivo enraizado nos diversos campos da vida social e mesmo da vida
íntima, na cultura, na comunicação social, nas ciências, no mundo
das técnicas e da produção, e nas múltiplas mediações entre as
sociedades civil e política. Campos permeados por conflitos de classe
a reclamarem um novo internacionalismo.
Para concluir, como contribuição ao debate, seguem referên-
cias fundamentais do que pensaram quatro grandes clássicos
sobre a época histórica.
O comunismo não é para nós um estado de coisas a ser implan-
tado, um ideal em função do qual a realidade deva ser organi-
zada. Chamamos de comunismo o movimento real que supera
o atual estado de coisas. (Marx, K. A Ideologia Alemã, 1845).
o0o
O que caracteriza o comunismo não é a supressão da proprie-
dade em geral e sim a superação da propriedade burguesa [...]
O comunismo não retira a ninguém o poder de apropriar-se da
sua parte dos produtos sociais; apenas suprime o poder de
escravizar o trabalho de outrem por meio dessa apropriação.
(Marx. K., Engels, F. Manifesto Comunista, 1848).
o0o
[...] Quando nasce nos homens a consciência de que as institui-
ções sociais vigentes são irracionais e injustas, de que a razão
se converteu em insensatez e a benção em praga [referência a
Mefistófeles, em Fausto, de Goethe], isso não é mais que um
indício de que nos métodos de produção e nas formas de distri-
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Alfredo Maciel da Silveira