dialética e a analítica de todos os ministros votantes. Houve sim, e
não haveria de ser diferente, um posicionamento político (manifes-
tação efetiva e legítima de um poder da República) embora e neces-
sariamente sob formalidades legais e jurídicas.
A grande novidade do Judiciário brasileiro, que tanto enaltece
o alardeado Estado democrático de direito, é a exposição pela
mídia da postura de cada ministro, um verdadeiro strip tease, o
que nos permite elogiar o romantismo criacionista do relator
Hermann Benjamin ou o realismo crítico do presidente Gilmar
Mandes e do ministro Napoleão Maia. Os demais repetiram as
atuações já conhecidas no STF (ministros Luiz Fux e Rosa Weber)
ou confirmaram o que toda a imprensa vaticinou.
Resultado: 4x3, com as respectivas consequências lógicas,
ontológicas, éticas e morais. E, no caso, também políticas. Todos
com suas razões, com suas certezas. Verdade mesmo, só com
nossos jornalistas de cada plantão. Como sabem, como vazam,
como fuxicam, como gozam com os pecados dos outros profissio-
nais, tudo com base no “direito à informação” no “exercício da
liberdade da Imprensa”. E se o resultado fosse ao contrário? O que
se modificaria dessa brevíssima consideração ora articulada?
Lembremos que Zenão de Eléia (século V antes de nossa era),
ao ser interrogado depois de descoberto como participante de um
levante político contra a democracia, e para excluir qualquer
espécie de delação, mordeu com força a própria língua e a cuspiu
em direção ao rosto da autoridade que o interrogava. Foi tortu-
rado e morto em um pilão que esmagou seu cérebro. Todos respei-
tamos Zenão. A mídia, contudo, em sua maioria vibra com os
exemplos de Sérgio Machado e dos Irmãos Batista. Nesse aspecto
comportamental (moral), fico com o silêncio ideológico do ex-minis-
tro José Dirceu. Cinismo à parte, “modéstia às favas” (parafra-
seando o presidente Gilmar Mendes, do TSE).
O debate jurídico grego e o julgamento do TSE
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