mia, ampliando as atividades econômicas convencionais e, mais
frequentemente, a criação e produção de novos bens e serviços.
Tem sido assim ao longo da história do capitalismo, e está
sendo, inclusive agora, no meio mesmo desta profunda e rápida
revolução tecnológica, com surgimento de novas profissões que
eram impensadas no passado, assim como no desenvolvimento
de novos produtos e serviços. Para que uma fábrica sem operá-
rios funcione, como alguns antecipam, será necessária uma
certa quantidade de horas de trabalho no desenvolvimento, no
manejo e na manutenção dos sistemas complexos. Vale lembrar,
contudo, que uma redução da demanda por trabalhadores
(decorrente do aumento da produtividade) coincide, na atuali-
dade, com uma mudança demográfica que leva a uma diminui-
ção da oferta de mão de obra (pelo menos enquanto a População
em Idade Ativa terminar aos 65 anos). Cai a demanda, mas
declina também a oferta de mão de obra, moderando o impacto
da revolução tecnológica no emprego.
Neste aspecto, o problema é menos de quantidade de empregos
e muito mais da qualidade e do perfil das ocupações necessárias
neste novo ciclo do capitalismo. A revolução tecnológica, com
automação, robotização e sistemas inteligentes, tende a destruir
emprego de média e baixa qualificação, eliminando determinadas
profissões (diz-se que 60% das profissões que vão dominar o
mercado em mais 10 anos ainda não existem), ao mesmo tempo
em que ela demanda pessoal de alta qualificação e capacidade
cognitiva. Este é, provavelmente, o grande drama das socie