realiza maravilhas e tragédias humanas. Se para um torneiro
mecânico da Panex (produtora de panelas em São Bernardo do
Campo, que fechou suas portas neste ano de 2017), vê a sua tran-
sição de um assalariado metalúrgico a uma situação socioeconô-
mica-familiar-existencial desassalariada e supérflua e – vendo
sua vida tornar-se dramática e desesperadora para si e para sua
família – vendo arrebatadoramente a tendência de que as panelas
sejam feitas por robôs, como ele e sua família viverão? O capita-
lismo dá resposta a este fenômeno? O Estado de Bem-Estar Social,
combatido pelo capital, terá uma correlação de forças favorável a
prover os desprovidos? São questões em aberto.
Vale assinalar que tal processo de transição, contradição,
entre inteligência artificial e inteligência humana envolve profis-
sões também da chamada força de trabalho intelectual e manual.
Muitas profissões manuais e intelectuais desparecerão. Estamos
diante de uma fabulosa revolução que não se restringe à produ-
ção, aos serviços, ao trabalho, mas impacta toda a civilização.
Será este o tema que será trabalhado na segunda parte
desta reflexão.
A Quarta Revolução Industrial e o futuro do trabalho
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