nente supérfluo no processo de produção/serviços de mercado-
rias, que passam a ser produzidas pelo trabalho humano objeti-
vado na automação/robotização dotados de inteligência artificial.
O robô ou toda expressão de automação, informação, cognição
artificial, formas superiores do chip e dos softwares, criações
humanas, conhecimento humano acumulado ao longo de pelo
menos dez mil anos, por mais sofisticados que sejam, não nascem,
primariamente, em árvores, cachoeiras mágicas, alienígenas,
nem brotam do solo da terra e nem caem dos céus. “A natureza
não constrói máquinas nem locomotivas, ferrovias, telégrafos
elétricos, máquinas de fiar automáticas etc. Elas são produtos da
indústria humana; material natural transformado em órgãos da
vontade humana sobre a natureza ou de sua atividade na natu-
reza. Elas são órgãos do cérebro humano criados pela mão
humana; força do saber objetivada”. 16
“Assim como com o desenvolvimento da grande indústria a
base sobre a qual esta se funda – a apropriação do tempo de
trabalho alheio – deixa de constituir ou criar a riqueza, do mesmo
modo o trabalho imediato cessa, com aquela, de ser, enquanto tal,
base da produção, por um lado porque se transforma em uma
atividade mais vigilante e reguladora, mas também porque o
produto deixa de ser produto do trabalho imediato, isolado, e é
bem mais a combinação da atividade social a que se apresenta
como a produtora”. 17 O processo produtivo deixa de ser um
processo de trabalho cujo elemento dominante é a força de traba-
lho vivo. O que há de estudar? A transferência de valor
A revolução científico-tecnológica é global, ou seja, abarca
todas as áreas.
A chamada Inteligência Artificial (IA) já vive em diversos (não
totais) setores, não apenas manual, mas intelectual, dos siste-
mas produtivos e de serviços e revoluciona a sociedade. Mas
coloca ao capitalismo, que ele próprio gerou, o seu limite orgâ-
nico: a sua própria superação. Sem força de trabalho como se
gera a valorização do capital?
Pode-se, claro, defender que a ciência é a objetivação do conhe-
cimento humano no ser concreto científico-técnico-material que
16 Marx, Karl. Grundrisse: lineamientos fundamentales para la crítica de la eco-
nomia política (1857-1858). V. 2. Carlos Marx & Federico Engels. Obras Funda-
mentales. Trad. Wenceslao Roces. 1. ed. México: Fondo de La Cultura Econó-
mica. 1985, p. 115.
17 Ibidem, p. 114.
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Eduardo Rocha